quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
RESOLUÇÃO N.º 002/2011
RESOLUÇÃO N.º 002/2011
Disciplina a prática do Escotismo no Brasil e os requisitos para reconhecimento
das UEL (Unidades Escoteiras Locais) e Regiões Escoteiras
Considerando:
a) Que, no Brasil, a prática do Escotismo só é permitida às pessoas físicas e jurídicas
autorizadas pela UEB – União dos Escoteiros do Brasil, conforme asseguram o
Decreto nº. 5.497 de 23 de julho de 1928, e o Decreto-Lei nº. 8.828 de 24 de janeiro
de 1946;
b) Que a prática do Escotismo sem autorização da UEB é ilegal e sujeita seus
infratores a procedimentos administrativos e/ou judiciais;
c) Que a prática do Escotismo ocorre, no nível local, por meio das UEL’s (Grupos
Escoteiros e Seções Escoteiras Autônomas) e, no nível regional, por intermédio das
Regiões Escoteiras;
d) Que as UEL’s e Regiões Escoteiras só podem ser reconhecidas e autorizadas a
funcionar, se cumprirem integralmente as disposições contidas no Estatuto e nas
demais regulamentações da UEB;
e) Que somente as UEL’s e Regiões Escoteiras reconhecidas podem gozar dos
direitos que lhe são assegurados e
f) que devem ser criados mecanismos de estímulo ao crescimento das UEL’s,
envolvendo-as efetivamente no processo de crescimento da União dos Escoteiros
do Brasil, como protagonistas do Escotismo brasileiro.
o CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO NACIONAL, no uso das competências que lhe são
conferidas pelo Estatuto da UEB, resolve:
Art. 1º - A autorização pessoal para a prática do Escotismo no Brasil fica condicionada: à
aceitação irrestrita e ao cumprimento integral, por parte dos Associados, da regulamentação
estabelecida pela UEB através dos seus diversos níveis e órgãos; a um comportamento
pautado nos Fundamentos do Escotismo; efetivação de registro, ao pagamento anual da
contribuição associativa; e ao atendimento, por parte da UEL a que o associado fizer parte, dos
requisitos para a concessão da autorização de funcionamento.
Art. 2º - A autorização pessoal será considerada concedida para as pessoas físicas com a
emissão, por parte da UEB, da “Credencial Escoteira Individual”, fornecida após a realização
do registro institucional e o pagamento da respectiva contribuição anual associativa.
§1.º – A “Credencial Escoteira Individual” não dispensa a observância das regras
específicas relativas aos eventos da UEB.
§2.º – O responsável por membro juvenil registrado na categoria “BENEFICIÁRIO” que
desejar receber a “Credencial Escoteira Avulsa Opcional” deverá efetuar o pagamento
junto a UEB.
UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL
Rua Coronel Dulcídio, 2107
Água Verde, Curitiba, Paraná
Tel (41) 3353-4732 Fax(41) 3353.4733
www.escoteiros.org.br§3.º – O adulto que receber a “Credencial Escoteira Avulsa Opcional” não pode exercer
nenhuma função na UEL nem será considerado membro efetivo da UEB.
Art. 3º – A autorização pessoal será dada nas categorias definidas no Estatuto da UEB.
Art. 4º - A autorização institucional para reconhecimento e funcionamento das UEL e Regiões
Escoteiras fica condicionada: à aceitação irrestrita e ao cumprimento integral, por parte de seus
dirigentes e membros, da regulamentação estabelecida pela UEB através dos seus diversos
níveis e órgãos; e, à efetivação do registro e pagamento anual da contribuição dos Associados
da UEB a elas vinculados, antes do início da prática do Escotismo a cada ano.
Art. 5º - A autorização institucional será considerada concedida para as UEL, e Regiões
Escoteiras, com a emissão, por parte da UEB, do “Certificado de Autorização de
Funcionamento Anual”, sem o qual a UEL não poderá promover atividades escoteiras de
qualquer natureza nem fazer uso dos direitos previstos no Estatuto e regulamentos da UEB.
Art. 6º – Será considerado efetivado o registro institucional com isenção do pagamento da
“Contribuição Anual” do Associado da UEB:
I - cuja renda familiar mensal não exceda o valor de 1 ½ (um e meio) salário mínimo
nacional; ou
II - cuja família esteja incluída em programas oficiais de assistência social.
§1.º – A condição de “Associado Isento” deverá ser confirmada com a apresentação
dos seguintes documentos: “Solicitação de Isenção da Taxa de Registro Nacional e
Contribuição Regional”, assinada pelo solicitante e do “Atestado de Isento”, assinado
pelo Diretor Presidente da Região Escoteira.
§2.º – Os documentos deverão ser, obrigatoriamente, encaminhados pelos Correios ou
por intermédio de meio eletrônico ao escritório nacional da UEB - Setor de Registros,
para fins de comprovação perante os órgãos públicos fiscalizadores.
§3.º – Caso um órgão escoteiro comprove o pagamento do registro de um Associado a
ele vinculado que se enquadre na condição de “Associado Isento” definida na presente
Resolução, o órgão escoteiro terá direito a um credito correspondente ao valor pago,
válido até o fim do ano em curso.
Art. 7º - Para que um Grupo Escoteiro seja reconhecido e, em conseqüência, lhe seja emitido o
“Certificado de Autorização de Funcionamento Anual”, deve congregar pelo menos: 2 (duas)
seções, efetivo total mínimo de 20 (vinte) associados registrados no ano em curso - sendo,
dentre eles, pelo menos, 1 (um) Escotista por seção - 3 (três) dirigentes e, 3 (três) membros da
Comissão Fiscal, eleitos na forma estatutária, conforme estabelecido na Resolução 02/2009.
Parágrafo único: Em caso de fundação de um Grupo Escoteiro, este terá o prazo de 1
ano para se adequar aos requisitos aqui estabelecidos. Este prazo poderá ser
prorrogado por igual período mediante pedido justificado.
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Tel (41) 3353-4732 Fax(41) 3353.4733
www.escoteiros.org.brArt. 8º - A UEL que funciona sob patrocínio institucional e, que por definição regimental, tem
sua estrutura administrativa vinculada a entidade patrocinadora está desobrigada a efetuar o
registro da Comissão Fiscal Local. Entretanto, para o recebimento do “Certificado de
Autorização de Funcionamento Anual” será necessário formalizar um comunicado oficial da
situação ao Setor de Registros da UEB.
Art. 9º – Para que uma Seção Escoteira Autônoma seja reconhecida e, em conseqüência, lhe
seja emitido o “Certificado de Autorização de Funcionamento Anual”, deve congregar pelo
menos: um efetivo total mínimo de 5 (Cinco) Associados registrados no ano em curso a ele
vinculados e, dentre eles, pelo menos, 1 (um) Escotista, conforme estabelecido na Resolução
02/2009;
Parágrafo único: Em caso de fundação de Seção Escoteira Autônoma, esta terá o
prazo de 1 ano para se adequar aos requisitos aqui estabelecidos. Este prazo poderá
ser prorrogado por igual período mediante pedido justificado.
Art. 10 - As UEL reconhecidas como tal e portadoras do “Certificado de Autorização de
Funcionamento Anual” ficam autorizadas a utilizarem-se do sistema de “Pagamento de
Contribuição Anual Não-Identificado”, junto ao Escritório Nacional da UEB, até o dia 31 de
dezembro de cada ano, em relação às contribuições anuais para o ano seguinte.
§1.º – Entende-se por “pagamento de contribuição anual não identificada” o pagamento
do registro anual realizado no período do ano vigente, sem a identificação imediata dos
nomes dos beneficiários.
§2.º – A identificação do beneficiado pelo pagamento antecipado e os seus formulários
para fins de registro devem ser processados pelo SIGUE até o dia 30 de abril do ano a
que se refere o registro.
§3.º – Não serão efetuadas devoluções de valores pagos pelo sistema de “pagamento
de contribuição anual não identificada” caso os mesmos não sejam aproveitados, com a
identificação do beneficiado, até 30 de abril do ano vigente. Este valor ficará como
crédito do depositante para ser utilizado no mesmo ano, para fins de pagamentos de
contribuições anuais.
Art. 11 - A Diretoria Executiva Nacional repassará às Diretorias Regionais uma parcela
correspondente a 30% do valor total arrecadado no mês anterior, a título de Contribuição
Anual, relativo ao registro dos praticantes do Escotismo a ela vinculados.
Parágrafo único – Para efeito do cálculo do valor de repasse não será considerado o
valor da taxa do “Seguro Escoteiro”, já embutida nos valores de “Contribuição Anual”.
Art. 12 - A Região Escoteira que deixar de cumprir com suas obrigações estatutárias ou com
qualquer outra norma escoteira vigente poderá ter o repasse suspenso pelo Escritório
Nacional.
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Rua Coronel Dulcídio, 2107
Água Verde, Curitiba, Paraná
Tel (41) 3353-4732 Fax(41) 3353.4733
www.escoteiros.org.brParágrafo único: Tendo sido sanado o motivo que justificou a suspensão o repasse
será restabelecido imediatamente, garantido o repasse correspondente a todo o período
de suspensão, sem qualquer correção.
Art. 13 – Os Dirigentes e Escotistas que não tiverem concluído o Nível Básico em sua
respectiva linha de formação terão na sua Credencial a expressão “Escotista (ou Dirigente) em
Formação”.
Art. 14 - A Diretoria Executiva Nacional fica, desde já, autorizada pelo Conselho de
Administração Nacional a resolver os impasses que surgirem em relação à presente
Resolução.
Art. 15 - Esta resolução entra em vigor nesta data e revoga as disposições em contrário.
São Paulo, 5 de novembro de 2011.
Ivan Alves do Nascimento
Presidente do Conselho de Administração Nacional
UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL
REGRAS PARA CONQUISTA DA INSÍGNIA MUNDIAL DE MEIO AMBIENTE
Acompanhando a mudança realizada pela Organização Mundial do Movimento Escoteiro, a UEB acaba de lançar a nova Insígnia Mundial do Meio Ambiente, que veio para substituir a Insígnia Mundial de Conservacionismo.
Para implementar esta nova Insígnia foi lançado durante o Congresso Escoteiro nacional o novo Guia da IMMA, que já está disponível na Loja Escoteira Nacional.
REGRAS PARA CONQUISTA DA INSÍGNIA MUNDIAL DE MEIO AMBIENTE
Atendidas as exigências a seguir, a Diretoria do Grupo, por proposta do Chefe de Seção, conferirá ao lobinho/lobinha, ao escoteiro/escoteira ou ao sênior/guia o direito de usar a Insígnia Mundial de Meio Ambiente, consoante as seguintes normas:
a) O jovem deverá participar satisfato-riamente, a critério da chefia da Seção, de atividades, jogos e dinâmicas como aquelas propostas no GUIA DA IMMA, realizadas com o objetivo de levar o jovem a “EXPLORAR E REFLETIR” em cada um dos 5 objetivos seguintes:
- ar e água;
- habitats e espécies;
- substâncias perigosas;
- melhores práticas ambientais;
- riscos ambientais e desastres naturais.
A avaliação do nível de participação dos membros juvenis nas atividades, jogos e dinâmicas, será realizada pela chefia em conjunto com a Seção, de acordo com o roteiro sugerido em cada ficha de atividade, buscando-se aferir e aumentar o nível de compreensão dos jovens sobre o tema tratado.
b) O membro juvenil deverá planejar e executar, sozinho ou em equipe, um projeto ambiental no qual ponha em prática conhecimentos adquiridos em relação a um ou mais objetivos explorados no item “a”.
c) A ROCA DE CONSELHO ou CORTE DE HONRA avaliará o comportamento do jovem em relação ao meio ambiente e emitirá uma RECOMENDAÇÃO em que atesta que o postulante “manifesta, no dia-a-dia, que compreende e demonstra, conforme seu grau de maturidade, a importância de adotarem-se as melhores práticas para o meio ambiente, participando ativamente das ações coletivas da sua seção”.
d) A IMMA entrará em vigor no dia 01/05/2011,em substituição a IMC - Insígnia Mundial de Conservacionismo, e deverá ser conquistada em cada Ramo, inclusive como pré-requisito para os distintivos especiais.
e) Aqueles que já tiverem iniciado o processo de conquista da Insígnia Mundial de Conservacionismo (IMC) poderão concluí-lo até 31/12/2011. A IMC poderá ser usada como pré-requisito para os distintivos especiais até 30/04/2012.
f) A IMMA pode ser usado após a mudança de Ramo, até que se conquiste a insígnia correspondente ao novo Ramo ou que o deixe.
A IMMA é um distintivo circular, medindo 5,5 cm de diâmetro, bordada sobre tecido branco, mostrando ao centro o continente Antártico, outras formas que não mostram nenhum continente em especial, e o símbolo da Organização Mundial do Movimento Escoteiro, circulados por uma corda nas cores azul, verde ou roxo correspondendo aos Ramos Lobinho, Escoteiro ou Sênior, respectivamente, e usada acima do bolso esquerdo da camisa do uniforme ou traje escoteiro, acima dos demais distintivos usados nessa mesma posição. Quando usada em conjunto com o Cruzeiro do Sul, deverá ficar à esquerda deste, com ambos colocados em simetria, em relação ao centro do bolso.
Robert Stephenson Smyth Baden Powell
Robert Stephenson Smyth Baden-Powell (Londres, 22 de Fevereiro de 1857 —Nairobi, 8 de Janeiro de 1941) foi um tenente-general do Exército Britânico, fundador do escotismo ou escutismo[1].
Seu pai era o reverendo Baden Powell, professor catedrático em Oxford. Sua mãe era filha do almirante inglês W. T. Smyth. Seu bisavô, Joseph Brewer Smyth, tinha ido como colonizador para Nova Jersey (Estados Unidos) mas voltou para a Inglaterra e naufragou na viagem de regresso.
Seu pai morreu quando Robert Baden-Powell tinha 4 anos, deixando a sua mãe com sete filhos, dos quais o mais velho não tinha ainda 14 anos. Robert viveu uma bela vida ao ar livre com seus quatro irmãos, excursionando e acampando com eles em muitos lugares da Inglaterra.
Em 1870 Baden-Powell (B-P) ingressou na Escola Chaterhouse em Londres com uma bolsa de estudos. Não era um estudante que se destacasse especialmente dos outros, mas era um dos mais vivos.
Aos 19 anos, Baden-Powell terminou os estudos na Escola Charterhouse e aceitou imediatamente uma oportunidade de ir à Índia como subtenente do regimento que formara a ala direita da cavalaria na célebre "Carga da Cavalaria Ligeira" da Guerra da Criméia.[editar]Início da carreira militar
Além de uma carreira excelente no serviço militar (chegou a capitão aos vinte e seis anos), ganhou o troféu desportivo mais desejado de toda a Índia, o troféu de "sangrar o porco", caça ao javali selvagem, a cavalo, tendo como única arma uma lança curta. Vocês compreenderão como este desporto é perigoso ao saber que o javali selvagem é habitualmente citado como "o único animal que se atreve a beber água no mesmo bebedouro com um tigre".
Em 1887, B-P participou da campanha contra os Zulus na África. Foi ascendido a Major en 1889, e em Abril de 1896 dirigiu uma expedicão contra os matabele em Rodésia.[1]
Dias depois de uma revolta de negros que massacraram 300 colonos britânicos, o coronel cercou o chefe dos guerreiros chamado Uwini com mais de 350 soldados.
Os ingleses prometeram poupar a vida aos guerreiros em troca da rendição. As autoridades civis pediram que ele fosse entregue para ser preso, porem Baden, recusou e mandou-o executar com o argumento de que ameaçava os britânicos. Em 2009, Robin Clay, neto de Baden-Powell, desculpou-o no Times: "Todos cometemos erros. Na guerra as emoções estão ao rubro. Faz-se o que se pensa estar certo."[2]
Esta era um época formativa para B-P não só porque ele tinha a época da vida dirigindo missões como chefe do reconhecimento no território inimigo na Rodésia, mas também porque muitas das suas ideias mais recentes do escotismo se arraizaram aqui.[3] Foi nesta guerra que ele começou uma amizade com o escuteiro americano celebrado Frederick Russell Burnham, que o introduziu ao ponto de ebulição a maneira do Oeste americano e do woodcraft (escotismo), e aquí que ele usou seu chapéu Stetson pela primeira vez.[4] Mais tarde B-P participou na campanha contra a tribo dos Ashantís. Os nativos temiam-no tanto que lhe davam o nome de "Impisa", o "lobo-que-nunca-dorme", devido à sua coragem, à sua perícia como explorador e à sua impressionante habilidade em seguir pistas.
As promoções de B-P na carreira militar eram quase automáticas tal a regularidade com que ocorriam até que, subitamente se tornou famoso.
"Baden-Powell é um scout maravilhosamente capaz e rápido em esboços. Não conheço outro que poderia ter feito o trabalho em Mafeking se as mesmas circunstâncias fossem impostas. Todos os bocados do conhecimento que recolheu estudiosamente foram utilizadas na protecção da comunidade". |
Extrato O sitio de Mafeking abandonado pelos Boeres,Frederick Russell Burnham entrevistado por o jornal Times of London, 19 Maio 1900). |
Corria o ano de 1899 e Baden-Powell tinha sido promovido a Coronel. NaÁfrica do Sul começava uma agitação e as relações entre a Inglaterra e o governo da República de Transval tinham chegado ao ponto do rompimento. B-P recebeu ordens de organizar dois batalhões de carabineiros montados e marchar para Mafeking[2], uma cidade no coração da África do Sul. "Quem tem Mafeking tem as rédeas da África do Sul", era um dito corrente entre os nativos, que se verificou ser verdadeiro.
Veio a guerra dos Boers, e durante 217 dias (a partir de 13 de Outubro de 1899) B-P defendeu Mafeking cercada por forças esmagadoramente superiores do inimigo, até que tropas de socorro conseguiram finalmente abrir caminho lutando para auxiliá-lo, no dia 18 de maio de 1900.
B-P, promovido agora ao posto de major-general, tornou-se um herói aos olhos de seus compatriotas. Foi como um herói dos adultos e das crianças que em 1901 ele regressou da África do Sul para a Inglaterra e descobriu, surpreso, que a sua popularidade pessoal dera popularidade ao livro que escrevera para militares: Aids to Scouting (Ajudas à Exploração Militar). O livro estava sendo usado como um compêndio nas escolas masculinas. B-P viu nisto um desafio. Compreendeu que estava aí a oportunidade de ajudar a juventude.
- Ideia do escotismo
Se um livro para adultos sobre as actividades dos exploradores podia exercer tal atracção sobre os rapazes e servir-lhes de fonte de inspiração, outro livro, escrito especialmente para rapazes, poderia despertar muito maior interesse. Burnham ficou conhecido pelos serviços prestados no exército colonial britânico e por ter ensinado woodcraft[5] a Baden-Powell, sendo está uma das influências mais notaveis do fundador do escotismo. A amizade entre os dois resultou anos depois na formulação didática do escotismo.[6]
Pôs-se então a trabalhar, aproveitando e adaptando sua experiência na Índia e na África entre os Zulus e outras tribos selvagens. Reuniu uma biblioteca especial e estudou nestes livros os métodos usados em todas as épocas para a educação e o adestramento dos rapazes, desde jovens espartanos, os antigos bretões, os peles-vermelhas, até os nossos dias. Lenta e cuidadosamente, B-P foi desenvolvendo a ideia do escotismo. Queria estar certo de que a ideia podia ser posta em prática, e por isso, no verão de 1907 foi com um grupo de 20 rapazes separados por 4 patrulhas (Maçarico- Real, Corvo, Lobo, Touro) para a Ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, para realizar o primeiro acampamento escuteiro que o mundo presenciou. O acampamento teve um completo êxito.
Nos primeiros meses de 1908, lançou em seis fascículos quinzenais o seu manual de adestramento, o "Escotismo para Rapazes" sem sequer sonhar que este livro iria por em acção um movimento que afectaria a juventude do mundo inteiro.
Mal tinha começado a aparecer nas livrarias e nas bancas de jornais e já surgiram patrulhas e tropas de escuteiros não apenas naInglaterra, mas em muitos outros países. O movimento cresceu tanto que em 1910, B-P compreendeu que o Escotismo seria a obra a que dedicaria a sua vida. Teve a visão e a fé de reconhecer que podia fazer mais pelo seu país adestrando a nova geração para a boa cidadania do que preparando meia-dúzia de homens para uma possível futura guerra.
Pediu então demissão do Exército onde havia chegado a tenente-general e ingressou na sua "segunda vida", como costumava chamá-la, sua vida de serviço ao mundo por meio do Escotismo.
Em 1912, fez uma viagem à volta do mundo para contactar os escuteiros de muitos outros países. Foi este o primeiro passo para fazer doEscotismo uma fraternidade mundial.
A Primeira Guerra Mundial momentaneamente interrompeu este trabalho, mas com o fim das hostilidades foi recomeçado, e em 1920escuteiros de todas as partes do mundo reuniram-se em Londres para a primeira concentração internacional de escuteiros: o PrimeiroJamboree Mundial. Na última noite deste Jamboree, a 6 de Agosto, B-P foi proclamado "Escuteiro-Chefe-Mundial" sob os aplausos da multidão de rapazes.
O Movimento Escuteiro continuou a crescer. No dia em que atingiu a "maioridade" completando 21 anos contava com mais de 2 milhões de membros em praticamente todos os países do mundo. Nesta ocasião, B-P recebeu do rei Jorge V a honra de ser elevado a barão, sob o nome de Lord Baden-Powell of Gilwell. Mas apesar deste título, para todos os escuteiros ele continuou e continuará sempre sendo B-P, o Escuteiro-Chefe-Mundial.
Quando suas forças afinal começaram a declinar, depois de completar 80 anos de idade, regressou à sua amada África com a sua esposa, Lady Olave Baden-Powell, que fora uma entusiástica colaboradora em todos os seus esforços, e que era a Chefe-Mundial das "Girl Guides" (Guias), movimento também iniciado por Baden-Powell.
Olave Soames e Robert Baden-Powell Olave St. Clair Soames nasceu no dia 22 de fevereiro de 1889 na Inglaterra. Seus pais Harold Soames e Katharine Hill tinham já dois filhos, um casal. Olave gostava muito de animais, de caminhar ao ar livre, de musica e esportes. Mas foi a bordo de um navio pelo atlântico que a vida da jovem Olave Soames mudou radicalmente e vai entrar para a História BANDEIRANTE. Em janeiro de 1912, Olave e seu pai embarcaram no navio “Arcadian”, para um cruzeiro turístico, no qual também estava a bordo, o famoso herói de guerra e fundador do Escoteirismo chamado Robert Baden-Powell. Também ali conheceu a Girl Guide e Chefa americana Juliette Low, velha amiga de BP, fundara a Associação de Girl Scouts nos Estados Unidos da America. O namoro entre os dois iniciou-se naquele cruzeiro de 20 dias e no qual eles puderam se conhecer, descobrir muitas coisas em comum, inclusive que, seus aniversario caiam no mesmo dia, 22 de fevereiro. Na época BP tinha 55 anos e Olave, 23 anos. Em outubro daquele mesmo ano, BP e Olave casam em uma cerimônia simples na igreja de São Pedro, em Londres. Desde então Olave passou a ser reconhecida pelo nome de Lady Olave Baden-Powell.
[editar]Nos últimos dias
Fixaram residência no Quénia, num lugar tranquilo e com um panorama maravilhoso: florestas de quilómetros de extensão tendo ao fundo montanhas de picos cobertos de neve. Foi lá que morreu B-P, em 8 de Janeiro de 1941, faltando um pouco mais de um mês para completar 84 anos de idade.
[editar]Carta aos monitores de patrulha
- "Quero que vocês, guias de patrulha, entrem em ação e adestrem suas Patrulhas inteiramente sozinhos e ao seu jeito porque, para vocês, é perfeitamente possível pegar cada rapaz da Patrulha e fazer dele um bom camarada, um verdadeiro Homem. De nada vale ter um ou dois rapazes admiráveis e o resto não prestar para nada. Vocês devem fazer deles inteiramente bons.
- Para conseguir isso, a coisa mais importante é o próprio exemplo, porque, o que vocês fizerem, os seus Escoteiros farão.
- Mostrem a todos eles que vocês sabem obedecer às ordens dadas, sejam elas ordens verbais, ou sejam regras que estejam escritas ou impressas; e que vocês cumpram as ordens, esteja ou não o Chefe escoteiro presente. Mostrem que conseguem conquistar distintivos de Especialidades e, com um pouco de persuasão, os seus rapazes seguirão o seu exemplo.
- Mas, lembrem-se que vocês devem guiá-los, e não empurrá-los.
-
- Baden-Powell of Gilwell."
[editar]Carta de despedida
- "Escoteiros: Se vocês tiverem visto a peça "Peter Pan", deverão estar lembrados de que o chefe-pirata estava sempre fazendo o seu "discurso de moribundo", porque receava que, possivelmente, quando chegasse a hora de ele morrer, não tivesse mais tempo para dizer tais coisas.
- Acontece quase a mesma coisa comigo e, assim, e embora neste momento eu não esteja morrendo - qualquer dia destes eu morrerei - , quero enviar a vocês uma palavra de despedida. Lembrem-se de que será a última vez que vocês ouvirão minhas palavras. Portanto, pensem bem nelas. Eu tenho tido uma vida muito feliz e quero que cada um de vocês também tenha uma vida feliz. Acredito que Deus nos colocou neste mundo alegre para que sejamos felizes e para aproveitarmos a vida. A felicidade não provém do fato de ser rico, nem meramente de ter sido bem sucedido na carreira; e, tampouco, de sermos indulgentes para com nós mesmos. Um passo na direção da felicidade é o de tornar-se saudável e forte enquanto se ainda é jovem, de sorte que possa vir a ser útil e aproveitar a vida quando for homem.
- O estudo da natureza mostrará a vocês quão repleto de coisas belas e maravilhosas Deus fez o mundo para vocês aproveitarem. Alegrem-se com o que receberam e façam bom proveito disso. Olhem para o lado bom das coisas, ao invés do lado ruim delas. Contudo, a melhor maneira de obter felicidade é proporcionar felicidade à outras pessoas. Tentem deixar este mundo um pouco melhor do que o encontraram e, quando chegar a vez de morrerem, possam morrer felizes com o sentimento de que, pelo menos, não desperdiçaram o tempo, mas fizeram o melhor que puderam. Estejam preparados, desta maneira, para viverem e morrerem felizes, sempre fiéis à Promessa Escuteira, até mesmo depois que deixarem de ser jovens - e que Deus os ajude a cumpri-la. Vosso amigo, Baden-Powell."
[editar]Livros
- Escotismo para rapazes (Scouting for Boys)
- A Caminho do Triunfo (No Brasil, tem o nome de "Caminhos para o Sucesso")
- Educação pelo amor em substituição à educação pelo medo
- Lições para a escola da vida
- Aids to Scouting
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